num mundo tão de-
cadente
professores são im-
prescindíveis
pra lançar uns a-
bracadabras
e tentar despertar so-
nâmbulos
e dizer tão altiva-
mente
tire os seus li-
kes do caminho
que já não vou pas-
sar com meu burnout
(umas pobres cri-
ancinhas
saíram da disney-
lândia
direto pra zumbi-
lândia
mas muitas ou-
tras dormiram
ao relento des-
-ses sonhos
de ser alguém al-
gum dia)
e cá estão pro-
fessores
repudiando men-
tiras
e com a difí-
cil lida
de reexpli-
car o óbvio
(e combater a fa-
diga
e ainda al-
çar sua voz amiga)
nesses tão va-
zios dias
nesse fastio de i-
deias
nesse não-
sentir
nesse não-sa-
ber
nesse não ca-
ber no mundo
de tantos me-
dos e espantos
famílias inteiras mu-
tiladas
pedem socorro aos pro-
fessores
mestres e mestras he-
hoicos
(e de natural in-
teligência)
que resistem bra-
vamente
à promoção da ig-
norância
mas pode o capita-
lismo
valorizar mestres e mes-
tras
quando o que o sis-
tema quer
é implantar a aliena-
cão
nos vazios dos estu-
dantes?
a resposta, portan-
to, é lutar
afinal, mestre Ro-
sa ensinou-nos
a navegar nos a-
bismos
com barqui-
nhos de papel