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sábado, 14 de março de 2009

Reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem I

O processo de ensino-aprendizagem precisa ser compreendido como o que de fato é: processo. Logo, em sua gênese, a palavra que o define aponta para sua essência: inacabamento, dialeticidade, contradição.
É feito de interação: algo está se processando, não somente entre educad@res e educand@s, o espaço educacional envolve outr@s agentes, como @s entes familiares, profissionais da escola e pessoas da comunidade. Mas, sem dúvida, a principal relação é entre educad@r e educand@.
Como todo processo, toda relação também é determinada pela ação recíproca d@s que a constituem: eu aprendo contigo, tu aprendes comigo. Está implícita aí a idéia de que nós, educad@res, aprendemos com noss@s alun@s, sim, isto é verdade, mas não podemos esquecer que, neste processo, ocupamos uma posição de maior responsabilidade, responsabilidade que vai além dos conteúdos que acreditamos essenciais ao conhecimento e dos procedimentos para garantir a aprendizagem: tem a ver com o lugar concreto que ocupamos no universo e com a dimensão política da existência.
Hoje, essa responsabilidade herda contribuições científicas que permitem superar o caráter meramente instrucional do ensino: o processo não é baseado num infalível retroalimentador-de-informações nas mãos de um demiurgo, pois estão em jogo tanto a subjetividade do educad@r como a do educand@, daí ser essencial conhecer a psicologia do processo. Relação afetiva: estar atento aos estados de espírito, às emoções, a silêncios, rancores, resistências...
Cada dia que passa, me sinto mais e mais preocupado com as questões didáticas: como fazer para tornar mais eficaz o processo, e eu possa diminuir a angústia (minha) de não ter atingido as metas traçadas e observar um sentimento de incapacidade por parte d@s alun@s; que possa agir de maneira colaborativa – sem esquecer que conheço o processo melhor que el@s, pois fui/estou sendo especialmente preparado para isso – e despertá-l@s para conhecimentos fundamentais aos @s cidadãs/cidadãos deste início de século, e, ao mesmo tempo, possibilitar reflexões-ações que contribuam para “aliviar a canseira da existência humana”, como diz Galileu na peça de Brecht.
Que mais dizer? Como epígrafe, uma contribuição do meu companheiro do Mídias na Educação, Hélio Helder: “que essa angústia/inquietação sirva para dar vontade de continuar lutando para a melhoria da sociedade”.


P.S.: Utilizei a arroba (@) neste texto para expressar a igualdade de gêneros, evitando a predominância do masculino na língua.

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