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segunda-feira, 4 de maio de 2020

guenzos




(Burburinho. A professora pediu silêncio.
Sorrisos. Distrações. Como iriam aprender História daquele jeito? Como seriam capazes de compreender o passado? O que estava acontecendo?
– A mãe dele chamou ele de guenzo.
– A mãe de quem chamou quem de guenzo?
– A mãe do Lucas.
– O que foi que a mãe do Lucas fez?
– Chamou de guenzo, o próprio filho dela.
– Foi não, professora!
– Foi sim! A mãe dele tá quebrando coco de novo…
E a professora, zangada:
– Eu não quero saber quem é guenzo, quem não é, não quero saber se a mãe de fulano ou beltrano voltou a quebrar coco, só quero dar minha aula, ok? Então, vamos continuar de onde paramos. Abram o livro no capítulo sobre a escravidão no Brasil!) 

Ontem à noite, Lucas e Gabriela lembravam desse dia, sorrindo e proseando na calçada da ruazinha solitária do povoado, ouvindo a cantiga dos sapos, debaixo duma enorme lua amarela (entocados, distantes do mundão lá fora, em caótica pandemia.)



Imagem de domínio público, disponível em www.pixabay.com.