Pesquisar este blog

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Anedotas sur(reais)


A mulher, no nono mês de gravidez, aflita, pois se aproxima a hora do parto, procura o prefeito:
– Eu queria que o senhor me arranjasse um carro pra eu ir ter meu filho em São Luís.
O prefeito, chateado, se levanta e esbraveja:
– É assim mesmo! Vai nascer o filho, tá precisando de um carro, vem me procurar! Mas na hora de fazer não me procura...


* * *


O homem procura o prefeito e pede uma ajuda para o transporte, para voltar para sua casa, na zona rural.
O prefeito diz que não tem.
O homem insiste:
– Mas é só 5 real!
O prefeito:
– Não tenho! Pode enfiar a mão nesse bolso aqui – e aponta para o bolso direito da calça –, você não vai encontrar nada!
O homem se aproxima e tenta enfiar a mão no bolso esquerdo do prefeito.
E o prefeito:
– Eu disse esse bolso aqui! – volta a apontar para o bolso direito e afasta-se rapidinho do “intrometido”.


* * *


Um cidadão pobre está com os filhos doentes, procura o vereador em quem votou e mostra uma receita: precisa de dinheiro para comprar os remédios.
O vereador finge que lê a receita e dá uma de coitadinho:
– Eu queria ajudar, mas não tenho agora e meu salário só sai daqui a quinze dias.
O cidadão insiste: não poderia comprar fiado em alguma farmácia, para o vereador pagar depois?
E o vereador: não, depois da eleição tinha cortado os “fiados”.
O cidadão sai cabisbaixo, sem saber o que fazer.
Distancia-se um pouco e, por trás dele, o vereador:
– Aqui o que eu tenho pra ti! – e faz um gesto obsceno, que o cidadão não vê.
O vereador pensa que ninguém viu. Eu vi.


* * *


Campanha eleitoral. O candidato a prefeito dirige-se a um antigo adversário e possível candidato a vereador e solta essa:
– ... Olha que eu já pensei até em mandar te matar, mas hoje eu te convido a ficar do nosso lado!
Mais convincente, impossível.


* * *


Prefeitura. Secretariado reunido a portas fechadas, dividindo um “dinheirinho” extra. Divisão feita com “justiça”: nenhum recebeu mais que o outro. Alegria estampada na cara de todos.
Alguém lembra que está faltando um secretário.
– É só a gente não deixar ele saber! – diz um dos secretários, sussurrando.
– É! – concordam todos – Silêncio sobre o assunto! – reitera outro, ainda sussurrando.
Mas eis que batem na porta e... surpresa! É o secretário que faltava.
– Não me mandaram convite pra festa, mas eu espero que tenham guardado um pedaço do bolo pra mim!
Os outros trocam olhares, atônitos.
Até que o secretário responsável pela partilha intervém:
– Como é que a gente ia esquecer de tu? – abre a gaveta e tira de lá outro “bolo” de notas.
– Tá aqui o teu – e passa o dinheiro ao recém-chegado, que, faz uma rápida conferência, olha pra todos, diz “ai, chica!” e sai mais rápido que entrou.
O que tinha “dividido o bolo” vê a cara de perplexidade dos outros com a súbita aparição daquele novo pacote de dinheiro e explica:
– Essa foi por pouco! Se eu não fosse esperto... Eu sabia que ele ia aparecer e já deixei separado o dele!!
Os outros ainda continuaram por alguns segundos com cara de poucos amigos (aliás, nessa hora, eles preferiam não ter amigo nenhum).


Do livro "Pio XII: ficção & memória", 2019.

Imagem de domínio público, disponível em www.pixabay.com. 

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns, Amor, é assim, que infelizmente é conduzida a política no nosso país.Amei.
Beijão.
Annes.